E aí, minhas marmotas da Bragames Brasil.
Aqui quem fala é seu capitão, mais conhecido como Marmota Chefe.
Hoje quero abordar um tema antes já abordado por alguns, inclusive pela ministra da Cultura Marta Suplicy. Pesquisei um pouco antes de abordar esse tema que é da arte e cultura relacionada com o video game. Mas antes de chegar direto a uma conclusão é preciso ter uma ideia do que é arte e cultura.
Arte é algo difícil de ser definido, existem diversas posições sobre o que é arte. Mas uma boa definição da qual me agradou foi a seguinte: "Arte geralmente é entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada a partir da percepção das emoções e das ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias da consciência e dando um significado único e diferente para cada obra. A arte se vale para isso de uma grande variedade de meios e materiais, como a arquitetura, a pintura, a escrita, a música, a dança, a fotografia, o teatro, e o cinema."
Nesse sentido se pararmos atentamente para pensar, muitos jogos de videogame talvez não possam ser considerados como arte, pois o principal ponto do jogo seria entreter o jogador. Eu concordo com isso. Acho que um jogo de luta não pode ser considerado, necessariamente, uma obra artística, mas por outro lado existem jogos que são recheados de elementos artísticos como Journey, esse que eu acho o melhor exemplo de arte nos videogames, pois o jogo traz ao jogador uma experiência única para cada pessoa diferente. Tudo nesse jogo foi feito para trazer diversos sentimentos a flor da pele, e no fim do jogo uma opinião é formada diferente do outro, podendo, inclusive ser motivo de debates.
Exemplos não vão faltar, e por isso eu preciso falar da série Metal Gear. Kojima, seu criador, é um fanático por filmes. Por este motivo seus jogos possuem uma história incrível, diversas cutscenes que dão a impressão que você está interagindo com um filme. E é nesse ponto que algumas pessoas divergem, pois o fato de eu interagir com a obra de arte, para alguns, já deixa de ser arte. Eu discordo nesse ponto. Creio que é uma nova forma de fazer arte, em que o jogador é um terceiro elemento fundamental.
Outro jogo que pode ser considerado artístico é o Ni no Kuni, um JRPG maravilhoso. Ele tem uma história incrível, que emociona o jogador logo de cara. O jogo foi desenhado pelo estúdio Ghibli, ganhador do Oscar com a Viagem de Chihiro, em 2003. A trilha sonora do jogo foi tocada pela orquestra sinfônica de Tóquio. Tudo isso misturado traz uma experiência única para cada jogador. O que torna um jogo desses uma obra de arte interativa.
Os jogos de video game são arte, mas não estáticas, elas necessitam de um elemento externo, que é o jogador. Ao jogar o jogo podemos perceber o que seus criadores quiseram nos passar.
Querem um exemplo melhor de que os jogos eletrônicos podem ser considerados como arte? O renomado Museu de Arte Moderna MOMA, nos EUA, comprou 14 jogos e os expôs, pois ele os considera como obras de arte. Estes jogos estão em permanente exposição, sendo parte do acervo do museu. Ora, se um museu de tamanha importância considera os jogos como arte é porque eles realmente são.
O problema é que os jogos são vistos como coisa de criança e desocupados, mas os jogos de video game, hoje não são mais. Inclusive, porque as crianças do passado cresceram e continuam jogando seus videogames. E nesse ponto eu posso entrar na questão cultural.
A cultura é um conjunto comportamental de práticas aprendidos de geração em geração por meio da vida em sociedade. Por esse motivo, hoje podemos dizer que há uma cultura por trás dos videogames. Os jogos são a base para diversas outros ramos. Dos jogos eletrônicos são feitos filmes, livros, HQs, roupas, acessórios para casa, computadores preparados para rodar jogos. As trilhas sonoras feitas para os jogos são incríveis, inclusive há até um evento com orquestra que toca músicas de trilha sonoras dos games.
Ou seja, há uma cultura gamer já espalhada. Por este motivo, os jogos de videogame deveriam ser considerados como cultura e como arte aqui no Brasil. Eu sei que ainda existe uma barreira por parte dos estudiosos da arte, mas a mentalidade precisa ser mudada. Essa mudança já começou nos EUA, e espero que se espalhe em breve aqui no Brasil.
E vocês, o que acham?
Até mais, minhas marmotas.
Marmota Chefe,
Paulinho Braga
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